domingo, 31 de maio de 2015

A busca

Sei que você está perdida, buscando em algo ou alguém um sentido para caminhar.
Mas entenda as coisas não são assim, a vida não é assim.
Eu sei que dói não ter ninguém com quem contar,
Não ter ninguém para voltar...
E parece que você não é capaz de fazer alguém te amar.
Entenda que esse amor que você espera, não chegará.
Essa idealização faz você se perder, se desesperar...
Faz você acreditar em qualquer um que lhe sorri...
Tira seus pés do chão sem oferecer uma mão para lhe guiar...
Sei que você acredita que não nasceu para o amor, mas um dia você entenderá, que o amor está em tudo que você tocar.

Jessica Camargo

4ever

O infinito não acaba. É nunca. Ou sempre.

- Silêncio

sábado, 30 de maio de 2015

Fel

Quando o amargo da língua
A boca invade
De fel são feitas suas palavras
Duras
Seguras
Afiadas
Nada delicadas
Mas são todas as mesmas palavras
De forma assim
Tão indelicadas
Todas elas pra mim delicadas
Longe do mesmo da mesmice
Do conforto dos teus lábios
Que um dia foram porto seguro
Ponto de encontro
Ponto de abraço
Ponto de beijos trocados
Hoje
Motivo de choro
Choro que agora é natural
Naturalidade que agoniza
Em meio a tantas lembranças de passados felizes
Distante de carinho
Perto do desalento
Do descontentamento
Desde que a esperança se afastou
Ficou de fora o sorriso
Curva do rosto que seduz e cativa
A lembrança do gosto
O sabor que me resta
Que me alimenta
O gosto do fel
Fel do linguajar ainda
A boca invade. 
A falta de ti.

- Docinho

quinta-feira, 28 de maio de 2015

A ansiedade de viver

Talvez na vida passada eu tenha sido acometida, por alguma doença que deixou meus dias contados.
Pois nessa vida... Está agora!! Vivo numa urgência desmedida e desenfreada.
Querendo tudo pra ontem, tudo pra já!
Esperar é um martírio;
Aceitar, um exercício;
Paciência, uma penitência;
Amar, meu único sentido;
Ser amada, meu único caminho...

Jessica Camargo

Desses dias ruins

Ando cansada desses amores instantâneos...
Na mesma velocidade que surgem, desaparecem...
Tenho caminhado entre pessoas frias e rasas, que não sabem o que querem.
Estou farta desses efêmeros prazeres, que ao final só deixam o amargo do fel...
Ando como um cego, em um mundo de silêncio, onde não há quem se importe...
Onde os egos são inflamados constantemente por uma moda narcisista...
E aqueles que remam e rezam contra a maré, nem ao menos são vistos.

Jessica Camargo


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Vem

Me faça um favor...
Vem logo, mas sem pressa
Vem suave, mas intensa
Vem mansa, mas inteira

Vem de coração aberto e sincero
Vem que eu te espero
Mas vem...
Vem que a gente da um jeito no medo
Vem sorrir em mim
Em dois, enfim
Mas vem...
Vem lua minha brilhar em nós

                        Renata Blumtritt

Saudade é bicho

É engraçado como algo que não fere fisicamente pode doer tanto. Como pode nos abalar como se estivessemos queimando em febre e o corpo maltratado por um resfriado forte.
É impressionante a capacidade do ser humano em sentir saudade daquilo que nem viveu, não sentiu.
Eu definiria saudade como um estado de espírito que nos consome e nos faz fracos (ou sensíveis demais). Mas existem várias definições, já que é algo muito particular.
Saudade é como animal selvagem que não se adestra, é como tempestade que destrói por onde passa. Mas o que a saudade destrói é o coração e a mente daquele que a sente.
Tem gente que é forte e não deixa que esse bicho a domine e que as pessoas saibam como realmente está o coração...estes, particularmente, eu admiro.
Tem outras que são transparência pura (e é justamente ai que me encaixo) e só um gesto, um olhar denuncia a inquietação da alma acorrentada ao passado ou àquilo que se se sonhou ou idealizou.
Eita bicho bravo, sem jeito e teimoso que enlouquece a gente...poderia não existir ou ser algo mais ameno, controlável, mas não...jamais.
Então deixa a saudade doer, meu amigo. Deixa ela queimar, atormentar, deixa ela invadir e transbordar em lágrimas ou sorrisos...em dor ou amor.
Deixa a saudade gritar até perder a voz e a força e, enfim silenciar e acalmar a vida, a alma e o coração. Porque tudo se ajeita e a saudade, por mais que seja bicho indomável, se aquieta e um dia adormece tranquila .

                  Renata Blumtritt

Da dor que não se vê

"O dia mente a cor da noite e o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente."

- Fernando Anitelli

Minha lua

Da lua cheia quero o brilho...quero me perder nas noites embriagada por seu encanto...
Ai lua minha que em cada fase abre caminho ao desconhecido e caprichoso efeito do teu mistério. Qual o teu segredo lua que me encanta?! Por que mesmo milhas distante se faz meu farol?? Como somente em um pensamento tens o dom de me prender a ti??
Respostas exatas não tenho (e nunca terei), mas quem disse que respostas são suficientes ao coração que sente amor?!
Tu, lua que brilha longe, que hipnotiza minha retina, que faz a boca amarga sorrir, o coração armado se despir, minha alma livre de toda dor hoje posso entregar a ti.
Quero em ti fazer morada, em tua gravidade flutuar colorindo de arco iris esse amor.
Quero ser o horizonte onde tu nasce e a imensidão onde brilhas.
Quero ser estrela a te admirar apaixonada, quero ser boêmio a me inspirar em ti, amante a me declarar...
Quero a ti pertencer, viver e permanecer eternamente embriagada de amor.

                     Renata Blumtritt

terça-feira, 26 de maio de 2015

De um coração

E de essência transborda meus versos sinceros
Cheios daquilo que meu coração carrega, que a alma sem medo entrega
São sentimentos, sonhos, sensações
Vontades, desejos que misturados criam turbilhões
Verdadeiros e puros como sorriso de criança inocente
Pesados, doídos feito corpo corroído que o tempo calejou indiscriminadamente
É de amor que minha poesia se preenche
É de inquietude do coração machucado e cansado
É da alma que é feito bibelô delicado
Da vida que se transformou em cristal trincado
Sem sonho, sem brilho, sem amor
Mas que jamais deixa morrer em seu intimo a certeza de encontrar pro preto e branco sua cor...

                         Renata Blumtritt

sábado, 23 de maio de 2015

A imensidão do vazio

Desde quando você deixou de ser meu porto seguro, sinto uma imensa saudade...
Saudade...
de quando deitar em teu colo, e sentir teu afago em meus cabelos, acalmava meu coração.
Saudade...
de quando teus olhos se encontravam com os meus, e ás palavras já não se faziam necessárias.
Saudade...
de quando tu me compreendias e quando o teu: "Calma! Tudo irá se ajeitar" me convenciam.

Jessica Camargo




Quem sabe?

Quem sabe um dia, a gente se encontra por aí
Quem sabe nesse dia, você enxergue em mim um algo á mais...
Quem sabe você resolve ficar, e me amar
Quem sabe, possamos sonhar, aquele sonho que você me contou
Quem sabe?
Quem sabe?
Vou esperar...
Vou sonhar...

Jessica Camargo

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Perdidos entre nós

Eu olho para você e vejo tudo o que eu quero evitar, dia após dia nos perdemos, cada um no seu mundo.
Você já não ouve o que falo, tão pouco compreende minhas crises. E todas as vezes que mais preciso, vejo você se afastar. Como quem abandona um animal ferido.
Não faço diferente, não insisto, nem te procuro...
Aos poucos nos tornamos desconhecidos de nós mesmos...
Queira me desculpar, mas não darei nenhum passo em sua direção...
Não caibo no seu mundo, eu já estive lá, e não pretendo voltar.
Jessica Camargo

Os passos

Caminhei por estradas onde poucos puderam passar.
Trilhei alguns caminhos que não se pode imaginar.
Eu sonhei com um destino que me estendia a mão, mas conheci a vida na forma de repreensão.
Acreditei em um ideal que me deram a troco de nada, e o abracei tão forte até se despedaçar.
Conheci um amor, que na verdade odiava.
Sentei na mesa daqueles que me serviam veneno em belas taças.
Bebi da fonte mais suja, enxergando águas claras.
Expeli da minha vida meus verdadeiros anjos da guarda.
Amaldiçoei minha prole ao beija-lá, criei no ventre serpentes de espécies raras.
Dei meu teto para bandido se esconder, dei minha vida para ele roubar.
Procurei abrigo com os indecentes, e me deitei no despertar.
Acariciei o leão, mas foi ele quem me domou, e assim descobri o que era amor.
E esse chão meus passos marcou, por onde andei estive só, por onde passei restou só o pó, e hoje, são histórias que dizem o que sou...
Jessica Camargo

Metamorfose

Ei, menina!
Se acalme, pare de chorar...

Ele voltará,
ele está se afastando para ver de longe você crescer.
Ele sabe a mulher que tu se tornarás...

Ei, menina!
Se acalme, faça o favor?!
Pois logo, você terá de decidir se aceitará o retorno desse tal amor...

Ei, menina!
Pare de sofrer e se ponha a viver,
Se proponha a descobrir quem tu és,
Coloque um sorriso na cara,
E se banhe de amor próprio.
Esses homens não imaginam um terço do que é este teu universo.
Não imaginam o que leva em seu coração...

Esses homens, óh, menina-mulher, irão beijar teus pés.
E claro, como a grande mulher que se tornou, nada disso lhe causará furor.
Jessica Camargo

Tua cor, meu tom

Ah! Menina colorida, como eu quero que a tua cor invada meu preto e branco...vem ser aquarela e pintar a nossa tela!!
Deixa a tua tranquilidade ser a minha paz, teu abraço apertado meu momento bom em meio ao caos do dia a dia...deixa teu sorriso vivo ser meu guia e o teu coração, deixa que eu dou pra ele amor e proteção.
Ah! Menina colorida, vem pintar meu dia com o brilho dos teus olhos, vem encher de cor meu mundo desacreditado. Vem no meu passo, compasso, que a música é nossa, que a dança somos nós...
De coração tranquilo e aberto, te espero...de alma limpa e sem medo, te quero.
Ah! Menina colorida que irradia tudo que há de bom em mim...vem que tu me faz bem. Vem, que há muito tu já é o meu bem!!

                     Renata Blumtritt

terça-feira, 19 de maio de 2015

Da alma sem calma

O choro é totalmente livre e alivia o coração aflito dos que amam em silêncio...
O choro, quase sempre acompanhado da tristeza e da saudade que aprisiona a alma, é válvula de toda tensão...
Ah! A saudade...essa é inimiga, muitas vezes nos machuca, fere fundo e não cicatriza. Faz questão de estar presente na memória, parece que atormenta de propósito e dá um jeito de cutucar, de ferir mais ainda.
Essa é a realidade do poeta, que se entrega às palavras, do boêmio que tem o drink como melhor amigo e dos amantes, que se entregam ao engano da ilusão do amor...
Fuga incessante do labirinto que nos colocamos e de onde não fazemos a menor idéia de como chegar à saída...fuga de nós em nós mesmos.

                              Renata Blumtritt

O Grito


Meu grito é silêncio, meu silêncio sufoca...
Sufoca a esperança, a dor, o amor. Sufoca a cor do meu sorriso, o arco iris na retina ao te ver chegar.
Meu grito é lágrima, é verso mudo no vai e vem das palavras...é medo da rima nao encaixar ao te ver voar.
Meu grito é veneno lento que queima o peito, dá nó na garganta e cria atalho quando escorre do olho e corroi a alma.
Meu grito é mudo, é papel, caneta e coração na mão vivendo em verso, texto, poesia e solidão...
Meu grito é o sono que não vem, é a insônia insana, é o abstrato, é meu devaneio tolo, torto, é o escuro do meu quarto que reflete noite fria, pesadelo e pensamento.
Meu grito é fé, confiança, cuidado e respeito. Éalma, é intensidade, é carrossel girando no coração que flutua na imensidão do universo de palavras que se perdem e se encontram no alucinante e constante emaranhado de idéias que só fazem sentido quando eu grito meu silêncio baixinho...papel, caneta e coração na mão.

Renata Blumtritt

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Quando tocamos o invisível

Não. Eu não estou tão louca.
Havia alguma coisa ali... Você se encantou pela minha insanidade.
Eu sei. Não sou tão tola.
De alguma forma você correspondeu.
Não. Não estou pirando.
Existe muita coisa em comum, entre você e eu.
Não. Não estou te amando.
Só não consigo aceitar, que foi só aquilo que aconteceu.
Sim. Eu sei...
O que você procura tem aqui, queria ter a chance de lhe mostrar.
Mas, eu também sei, que a vida se encarregará disso... 
Em algum momento na roda da vida, nós vamos nos trombar...
Jessica Camargo

Se eu tivesse um conselho para lhe dar

Meu caro amigo, tenho notado que seus olhos têm andado marejados. Constantemente tenho lhe visto se desesperar.
Meu caro amigo, gostaria muito de poder lhe ajudar, te dar um conselho, mas tão pouco compreendo o que lhe aflige... E bem sabemos, que não tenho condições de dar conselhos á ninguém.
De qualquer forma quero deixar á você algumas palavras. Afinal, o que temos em comum é o sofrer.
Amigo, a vida não é fácil, isso todos nós sabemos;
O amor machuca, isso aprendemos bem cedo;
Os amigos, ás vezes nos abandonam, e descobrimos isso nos piores momentos das nossas "reles" vidas. Mas já reparou que não desistimos de nenhuma dessas coisas?
Pois bem, meu caro amigo, já sabes o que fazer, né?!
Segue, empurrando com a barriga, jogando o coração pro alto e cantando bem alto...
Meu caro amigo, segue... Que estarei logos atrás de ti...
Jessica Camargo