sábado, 30 de maio de 2015

Fel

Quando o amargo da língua
A boca invade
De fel são feitas suas palavras
Duras
Seguras
Afiadas
Nada delicadas
Mas são todas as mesmas palavras
De forma assim
Tão indelicadas
Todas elas pra mim delicadas
Longe do mesmo da mesmice
Do conforto dos teus lábios
Que um dia foram porto seguro
Ponto de encontro
Ponto de abraço
Ponto de beijos trocados
Hoje
Motivo de choro
Choro que agora é natural
Naturalidade que agoniza
Em meio a tantas lembranças de passados felizes
Distante de carinho
Perto do desalento
Do descontentamento
Desde que a esperança se afastou
Ficou de fora o sorriso
Curva do rosto que seduz e cativa
A lembrança do gosto
O sabor que me resta
Que me alimenta
O gosto do fel
Fel do linguajar ainda
A boca invade. 
A falta de ti.

- Docinho

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