quarta-feira, 27 de maio de 2015

Saudade é bicho

É engraçado como algo que não fere fisicamente pode doer tanto. Como pode nos abalar como se estivessemos queimando em febre e o corpo maltratado por um resfriado forte.
É impressionante a capacidade do ser humano em sentir saudade daquilo que nem viveu, não sentiu.
Eu definiria saudade como um estado de espírito que nos consome e nos faz fracos (ou sensíveis demais). Mas existem várias definições, já que é algo muito particular.
Saudade é como animal selvagem que não se adestra, é como tempestade que destrói por onde passa. Mas o que a saudade destrói é o coração e a mente daquele que a sente.
Tem gente que é forte e não deixa que esse bicho a domine e que as pessoas saibam como realmente está o coração...estes, particularmente, eu admiro.
Tem outras que são transparência pura (e é justamente ai que me encaixo) e só um gesto, um olhar denuncia a inquietação da alma acorrentada ao passado ou àquilo que se se sonhou ou idealizou.
Eita bicho bravo, sem jeito e teimoso que enlouquece a gente...poderia não existir ou ser algo mais ameno, controlável, mas não...jamais.
Então deixa a saudade doer, meu amigo. Deixa ela queimar, atormentar, deixa ela invadir e transbordar em lágrimas ou sorrisos...em dor ou amor.
Deixa a saudade gritar até perder a voz e a força e, enfim silenciar e acalmar a vida, a alma e o coração. Porque tudo se ajeita e a saudade, por mais que seja bicho indomável, se aquieta e um dia adormece tranquila .

                  Renata Blumtritt

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